quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Participações no Fórum - competência do oral

A explorar a oralidade

Ao reflectir sobre a compreensão oral e expressão oral dos alunos, questiono-me (lembrando-me da pergunta: “Por que não lêem as crianças?”) por que razão não “falam” os nossos alunos? Se analisarmos a comunicação em contexto pedagógico, verificamos que o professor fala incessantemente. Segundo Emília Amor, o professor utiliza o seu discurso para transmitir conhecimentos, quer pela forma de exposição directa quer por meio de interrogatório. O aluno quase não precisa de falar. Quando fala, poucas vezes o faz por sua iniciativa. Limita-se a responder.
Penso que a oralidade pressupõe um diálogo pedagógico, construtivo e argumentativo, com diferentes propósitos e diferentes registos, envolvendo (claro) as duas partes implicadas no acto da comunicação. Ao invés disso, verifica-se um “monólogo” que muitas vezes tem como consequência e em sentido divergente um outro diálogo que se torna numa comunicação à margem, geradora de alguma indisciplina.
A máxima “aprende-se a falar, falando” continua muito actual. Deixemos os nossos alunos falar, criando para tal situações sugestivas, formulando problemas, dilemas… em que possam dar largas à sua imaginação, sem descurar, contudo o nosso papel de moderadores, corrigindo, sugerindo e avaliando (de forma não sistemática) quando necessário.
Cabe-nos a tarefa de, à luz do novo programa, reconstruir as nossas metodologias de trabalho e práticas pedagógicas no sentido de desenvolver e alargar o “potencial comunicativo” do aluno.

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